Wednesday, November 14, 2007

Tamagnini Barbosa. Ainda outro Governador maçon?


D. José da Costa Nunes era, ou não era maçon? Por favor abram os arquivos. Estamos no século XXI!...

Dois provérbios:

Buscar a história é navegar em mar alto e revolto.

Ou então: -

Bom é saber calar até ser tempo de falar.


Comentário a um comentário.

Nestas minhas buscas pelos séculos XIX e XX de Macau, que constituem os pontos fulcrais dos meus interesses às vezes deixo-me levar pelo entusiasmo e às vezes acabo por inferir o que racionalmente seria inferível, mas, às vezes não é. Trata-se neste caso do meu “post” sobre o Governador, Tamagnini Barbosa, intitulado “Um Governador singular”. A certa altura dou-o como maçon e republicano. Que era republicano, não parece haver dúvidas. Já quanto ao facto de ser maçon é outra coisa. Um comentador que me pareceu avisado diz-me que Barbosa, não partilharia as mesmas convicções dos irmãos e, afirma, que era católico (embora a confissão religiosa, nesta questão não me pareça impeditiva). Os irmãos eram também católicos, pelo menos oficialmente, com certeza, tal como a esmagadora maioria do povo português. No entanto, e ainda que anotando o caso para futuras investigações, reconheço que, não deveria ter feito afirmação categórica mas sim interrogado: “Tamagnini Barbosa, maçon (?) e republicano...”
Este comentário a que respondo levou-me também a relevar uma constante de Macau que é esta: - Quem em Portugal, era politicamente incorrecto, mas pertencente às classes dirigentes, não tinha maneira de singrar senão nas colónias. As colónias não eram apenas destino de degredados. O Caso de Herman Machado Monteiro (outro republicano, mas indubitavelmente maçon), que depois de se ter desalinhado com qualquer corrente preponderante da república, por razões concretas, que desconheço, se auto exilou em Macau, é caso paradigmático.
Finalmente devo dizer que sabendo-se que os governadores anteriores a Tamagnini Barbosa, (depois de 1910) foram todos maçons, porque razão Tamagnini, haveria de não ser?
Por agora concedo que ao contrário do resto da família, Artur Tamagnini Barbosa, pudesse não ser maçon, embora me restem dúvidas. E dúvidas pelo seguinte: - Então não é que quem propôs a ilegalização da Maçonaria, nos inícios dos anos trinta do século passado, em Portugal, foi o deputado José Cabral, ele próprio maçon? E não é o caso também que quem assinou o decreto executório foi o presidente, Óscar de Fragoso Carmona, ele também maçon?
Esta controvérsia leva-me também a pensar na que foi desencadeada em Portugal, pelo já falecido jornalista Afonso Praça, que adiantou (nos anos 80?) num seu artigo em “O Jornal” a possibilidade de D. José da Costa Nunes, ter sido também maçon.
Sabe-se lá!
Mas o que se sabe também é que a certa altura da sua vida, D. José da Costa Nunes, decidiu queimar toda a sua documentação pessoal e recusou também a proposta de Monsenhor Manuel Teixeira, lhe fazer a biografia (isto a mim me foi dito pessoalmente, pelo falecido, Monsenhor Teixeira). Porquê?
Sabe-se lá!...

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