Nasci na terra de dois Santos médicos
S. Cosme e S. Damião
A casa onde vim ao Mundo era de taipa pintada a cal e coberta de zinco ondulado
Um dia, teria eu talvez dez anos
Meu Pai e minha mãe a ela me levaram
A ver o quarto onde nasci, nessa casa da aldeia de S. Cosmado.
Era um quarto repleto de Sol
E foi ali
Que rodeado de panos
As memórias retornaram
À água morna em que nasci.
Vim ao mundo rodeado da luz que me mostraram
(nessa visita que recordo)
Mas que não reconheci.
Era nascituro demais para guardar memórias
Que a não ser em sonhos nunca vi
Mas dessa visita reti,
A luz do Sol que entrava pelas janelas
Dos quatro cantos do quarto
Do sítio onde eu nasci
Entre amores e flanelas
Que foi num terceiro andar
Entre janelas
Rasgadas
Onde os ventos não entravam
Mas onde penetravam em rajadas
Madrugadas
E raios do Sol
Que não me lembro de ver
(Como é natural no momento de nascer)
Mas que vibram em harmonias no meu subconsciente
Como trinados de guitarra dedilhados entre a paixão e o Sol
No langoroso tom de uma guitarra em lá bemol.
Como um nocturno em quarto crescente
Presente e sempre ausente.
Janelas, raios de Sol
Do meio-dia ao entardecer
Que hora expectante
Teria sido essa hora passada?
Um momento de madrugada
Em torrentes de tempo a suceder?
Não sei. Não me lembro de nada.
Mas havia luz pelos quatro cantos do mundo
E havia eu a emergir do fundo
Terá sido assim o parto
E a minha chegada?
De que me não lembro
Nem sequer do quarto
Não me lembro de nada!
Sei apenas que emergi nessa madrugada
Aos nove meses formado
Na aldeia de S. Cosmado
Numa clave de Sol
Feito entre o amor de minha mãe
E a guitarra que meu Pai, trouxe de Coimbra
E que na minha memória sempre timbra
(sei lá porquê!...) em lá bemol.
Na minha aldeia de S. Cosmado
Onde nasci na casa em que vim ao mundo
Que era de taipa pintada a cal e coberta de zinco ondulado
Rodeada de janelas
Por onde os ventos não entravam
Mas penetravam em rajadas
Luz e madrugadas
E raios de Sol.
Apenas imagino janelas
Defenestradas ao Mundo
Confortáveis flanelas
E um céu azul profundo
Ponteado de estrelas
Mas sobretudo ao despontar da madrugada o Sol
Com o poder universal dos fotões num concerto modulado
Compôs a minha vida
Dedilhando na guitarra pousada ao canto (um acorde em lá bemol)
E foi daí, de seguida
Que iniciei a vida
Na minha aldeia de S. Cosmado
Entre janelas
Flanelas
Raios de Sol
E o tom que me nasceu em lá bemol
Foi tempo breve
Igual à neve vera
Que o Sol derrete
Na Primavera
A casa onde vim ao Mundo era de taipa pintada a cal e coberta de zinco ondulado
Um dia, teria eu talvez dez anos
Meu Pai e minha mãe a ela me levaram
A ver o quarto onde nasci, nessa casa da aldeia de S. Cosmado.
Era um quarto repleto de Sol
E foi ali
Que rodeado de panos
As memórias retornaram
À água morna em que nasci.
Vim ao mundo rodeado da luz que me mostraram
(nessa visita que recordo)
Mas que não reconheci.
Era nascituro demais para guardar memórias
Que a não ser em sonhos nunca vi
Mas dessa visita reti,
A luz do Sol que entrava pelas janelas
Dos quatro cantos do quarto
Do sítio onde eu nasci
Entre amores e flanelas
Que foi num terceiro andar
Entre janelas
Rasgadas
Onde os ventos não entravam
Mas onde penetravam em rajadas
Madrugadas
E raios do Sol
Que não me lembro de ver
(Como é natural no momento de nascer)
Mas que vibram em harmonias no meu subconsciente
Como trinados de guitarra dedilhados entre a paixão e o Sol
No langoroso tom de uma guitarra em lá bemol.
Como um nocturno em quarto crescente
Presente e sempre ausente.
Janelas, raios de Sol
Do meio-dia ao entardecer
Que hora expectante
Teria sido essa hora passada?
Um momento de madrugada
Em torrentes de tempo a suceder?
Não sei. Não me lembro de nada.
Mas havia luz pelos quatro cantos do mundo
E havia eu a emergir do fundo
Terá sido assim o parto
E a minha chegada?
De que me não lembro
Nem sequer do quarto
Não me lembro de nada!
Sei apenas que emergi nessa madrugada
Aos nove meses formado
Na aldeia de S. Cosmado
Numa clave de Sol
Feito entre o amor de minha mãe
E a guitarra que meu Pai, trouxe de Coimbra
E que na minha memória sempre timbra
(sei lá porquê!...) em lá bemol.
Na minha aldeia de S. Cosmado
Onde nasci na casa em que vim ao mundo
Que era de taipa pintada a cal e coberta de zinco ondulado
Rodeada de janelas
Por onde os ventos não entravam
Mas penetravam em rajadas
Luz e madrugadas
E raios de Sol.
Apenas imagino janelas
Defenestradas ao Mundo
Confortáveis flanelas
E um céu azul profundo
Ponteado de estrelas
Mas sobretudo ao despontar da madrugada o Sol
Com o poder universal dos fotões num concerto modulado
Compôs a minha vida
Dedilhando na guitarra pousada ao canto (um acorde em lá bemol)
E foi daí, de seguida
Que iniciei a vida
Na minha aldeia de S. Cosmado
Entre janelas
Flanelas
Raios de Sol
E o tom que me nasceu em lá bemol
Foi tempo breve
Igual à neve vera
Que o Sol derrete
Na Primavera
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