Longos penhascos cinzentos
Em surdas cogitações
Pendurados em tormentos
Dos alcantis em frontões
Socalcos escalavrados
Monte acima, monte acima!
Os caminhos depredados
Nem uma fonte ou uma mina?
Vinhedos dependurados
Cepos velhos carcomidos
Sobe e desce em alquebrados
O Douro de tempos idos
Há colmeias com abelhas
Socalcos ali acolá,
Há casas com loisas por telhas
Mas sombras é que não há!
É este o Douro assente
Assente em pedra xisto
Vida má, vida de Cristo
Douro velho eternamente.
João Guedes 1975
No comments:
Post a Comment