Escada de Jacob

Nemo mortalium omnibus horis sapient (Plínio)

Confúcio

Confúcio
Para chegar ao andar de cima é preciso subir as escadas.

O que vai ser.

A minha vista espraia-se por tempos e modos quando passeio em Macau.
A minha atenção detem-se quando paro a observar isto e aquilo.
Nas casas de bricabraques surpreendo o lojista que me chama a atenção para um vaso Ming. Provavelmente saíu há pouco de uma qualquer fábrica de cópias de porcelana, mas está recoberto da devida e veneranda patine. É caro o vaso! Será contrafeito? Eu sei lá de antiguidades. Prefiro negociar o preço de uns papeis velhos, ou de uns postais iustrados, ou de um livro esboroado, que ele tem para lá num canto num montão descuidado e sujo. O homem acha estranho o meu divergente interesse.
Sem daqui saír voo de Macau para o mundo quando encontro um livro e me sento a le-lo, ou quando me recosto num sofá, ou na cadeira de um cinema a ver um filme.
Exalta-me tanto ver um filme, ou ler um livro de ficção científica, como ler um livro, ou ver uma fita sobre coisas passadas há muito, ou há menos. A história é tão ficcionada como a ficção científica. O passado morre todos os dias para ficar apenas imaginado no nosso presente. O futuro, ao contrário, nasce, todos os dias, imaginado também. Como serão os amanhãs?
Herculano, deixou escrita a sua história imaginada do passado. Philip K. Dick escreveu a imaginada história do futuro. Um e outro são igualmente empolgantes à sua maneira e verdadeiros também.
Empolgam-me igualmente mistérios e esoterismos e símbolos. E encontro-os todos os dias. A maior parte das vezes surgem inesperadamente, umas vezes nos livros outras no súbito virar de uma esquina. Às vezes são pequeninos, prosaicos e fáceis de desfazer, outras são profundos, universais e insolúveis. Os mais difíceis são os mistérios transparentes. Têm a caracteristica de se tornarem invisíveis às rotinas do quotidiano e por isso raramente reparamos neles na nossa vida apressada.
O presente interessa-me na estrita medida em que nele vivo e pelo facto de ser no presente que se encontram os livros e se vêm os filmes e se admira a arte e se conversa com os outros e se ri e se chora e se ama, mais nada.
O que ficou dito acima provocou o parto da Escada de Jacob



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Friday, December 28, 2007

Nevões

Mais recordações de infância.
Tinha quatro ou cinco anos quando este nevão aconteceu.
Ninguém se lembra hoje desse ano (provavelmente nem sequer o povo de hoje de S. Cosmado?...)
Hoje as notícias dizem que o clima isto e aquilo. Mas nesse ano e momento nevou, nevou, e nevou, como nunca tinha nevado antes. Ninguém se lembrava de um nevão assim. Dizem hoje que em S. Cosmado, já não neva como dantes. Se calhar não... Mas que era bonito era.

Para Quem não saiba relembro que S. Cosmado fica na Beira Alta, distrito de Viseu, Concelho de Armamar.
Posted by Degrau at 9:55 AM
Labels: S. Cosmado 1956

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